quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Aécio insiste em decisão rápida ou será candidato ao Senado

Da Agência Reuters, em O Globo:
Mesmo após conversa no fim de semana com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, manteve sua exigência de que o partido defina até dezembro o candidato tucano à sucessão presidencial. Aécio disse que, fora deste prazo, vai concorrer ao Senado.
"Até o final do mês de dezembro contem comigo", disse Aécio a jornalistas nesta terça-feira referindo-se à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.
Aécio acredita que uma decisão em março, como deseja o governador de São Paulo, José Serra, outro interessado ao posto de candidato a presidente pela legenda, compromete a articulação de alianças.
"Se o partido optar, e eu respeitarei essa decisão, por alongar um pouco mais esse prazo eu vou voltar-me integralmente para Minas Gerais... A forma de eu poder e até tentar dar ou ajudar a dar aqui, ao lado dos meus companheiros, uma vitória a um outro candidato do PSDB seria mergulhando aqui na nossa campanha, sendo candidato ao Senado", esclareceu.
Leia mais em Aécio insiste em decisão rápida e diz que pode se candidatar ao Senado

É falsa a notícia sobre a agressão de Aécio à namorada em festa

É falsa e tem objetivos políticos eleitorais a notícia de que o governador de Minas, Aécio Neves, pré-candidato à presidente pelo PSDB, teria agredido a namorada, a estilista Letícia Weber, em uma festa no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro.

É o que revela a apuração dos fatos feita por dois dos jornalistas políticos mais bem informados do país: Ricardo Noblat, do Blog do Noblat, e o Lauro Jardim, editor da coluna Radar, da revista Veja e do Portal Abril.com.

Eles apuraram os fatos, conversaram com pessoas que participaram da festa e apontam as motivações políticas entorno da divulgação da notícia.

Ricardo Noblat – 02/11/2010, em seu Twitter : www.twitter.com/blogdonoblat

Passei o dia atrás da história da suposta agressão de Aécio Neves à namorada. Ouvi 6 pessoas que estavam na festa do hotel Fasano.
Resposta delas: não viram nada. Há pouco, localizei Aécio e a namorada, Letícia. Os dois passam o fim-de-semana em Florianópolis.
"Isso é uma nojeira. Não aconteceu nada. Meu azar foi me apaixonar por um político," me disse Letícia. Aécio não quis comentar.
Letícia disse mais: "isso me parece exploração política." Berzoini, presidente do PT, deu a notícia no seu twitter.

Lauro Jardim - Blog Radar on-line - 03/11/2009 - 6h02
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/eleicoes-2010/comecou-a-baixaria/

Começou a baixaria - Eleições 2010
A insidiosa campanha de boatos na internet sobre Aécio Neves, que circula cm força na web desde o fim de semana, visa a atingir exatamente a característica mais festejada do governador mineiro: a capacidade de conciliação e de entendimento entre contrários.
A baixaria tenta também alcançar outra de suas marcas atestadas nas pesquisas de opinião - a boa imagem junto ao eleitorado feminino.
Enfim, está inaugurada no final de 2009 a era de baixarias na campanha 2010.

A patrulha da lama se assanha

O tabuleiro eleitoral começa a se compor. As tropas de lado a lado se aprontam.
E a patrulha da lama se assanha. Campanha eleitoral é com ela mesma.Ataques pessoais constituem arma das mais delicadas e perigosas de uma disputa eleitoral. São faca de dois gumes.
Não são poucos os casos de ataques pessoais que provocaram efeito bumerangue, ou seja, voltaram-se contra o atacante, prejudicando-o mais do que à vítima.
A vitimização do adversário é consequência bastante comum, e muito temida.
Por isso, estrategistas de campanha hesitam em usar dossiês, denúncias e outros artefatos do arsenal que pode ser mobilizado em campanhas eleitorais.
No ataque pessoal, a dosagem é questão crucial. Uma denúncia bem feita, uma suspeita bem lançada – em geral pela imprensa – podem ter resultados devastadores.
São inúmeros os exemplos de candidaturas abatidas em pleno vôo -- ou ainda taxiando na pista. Na eleição presidencial de 2002, foi devastadora a visão de uma montanha de dinheiro encontrada no escritório do marido da pré-candidata Roseana Sarney.
Até hoje mal explicada, aquela dinheirama foi fatal para as pretensões presidenciais de Roseana.
E até hoje, o senador José Sarney está convencido de que José Serra estava por trás da denúncia contra sua filha.
(Aliás, é curioso constatar que no Brasil metade das malfeitorias políticas é atribuída a José Serra, enquando a outra é atribuída a José Dirceu". Quando não, "coisa dos dois" em conluio.)
Assim como também foi devastadora a revelação do “escândalo Miriam Cordeiro”, quando, às vésperas da eleição de 1989, uma ex-namorada de Lula veio à TV afirmar que ele tinha tentado convencê-la a fazer aborto.
A aparição da ex-namorada foi armada pelo adversário, pela tropa de choque a serviço de Fernando Collor. (O senador Renan Calheiros, hoje aliado íntimo do presidente Lula, deve se lembrar bem desse episódio.)
Nas eleições de 2006, o PT colou no candidato do PSDB a pecha de privatista, entreguista, alguém que “vendeu o patrimônio do povo brasileiro na bacia das almas”.
Resultado, o candidato Geraldo Alckmin passou o resto da campanha vestido com um constrangedor colete com selos de todas as estatais, pisoteou o legado de Fernando Henrique... E os tucanos nunca mais conseguiram explicar por que se decidiram pela privatização.
Ataque pessoal não é coisa para amador. Ao contrário, é trabalho para profissional altamente competente.
Em geral, o ataque pessoal segue uma regra de ouro: nunca, nunca mesmo, parte do candidato adversário. Os ataques são sempre terceirizados.
É para isto que existe, em todas as campanhas, a patrulha da lama. É ela a encarregada de espalhar denúncias, calúnias, insultos, verdades, mentiras.
Com a disseminação da internet, calúnias e insultos percorrem a rede em velocidade estratosférica. Blogs, twitters, redes de relacionamento, tudo contribui para espalhar tanto a boa notícia quanto a lama.
Alguns partidos já possuem tropas treinadas. Tarefeiros remunerados ou voluntários que "estacionam" em certos blogs e sites -- ou são seus titulares --, espalhando veneno e promovendo verdadeiros linchamentos virtuais.
Preço pequeno a pagar pela liberdade de expressão. E vale a pena pagar.
No Brasil, os marqueteiros espalharam a ideia de que "quem bate perde". Nem sempre é verdade. Os danos podem ser fatais.
Por isso mesmo, a patrulha da lama se faz presente e todas as eleições. Cada vez mais disseminada e sofisticada.
Sob este aspecto, podemos dizer que a campanha eleitoral de 2010 já começou.
A notícia de que o governador Aécio Neves teria esbofeteado a namorada numa festa no Rio de Janeiro espalhou-se pela internet em altíssima velocidade.
A namorada negou tudo, pessoas presentes à festa não viram nada, além de um escorregão da moça na pista de dança, o governador chegou a falar no assunto em indignada entrevista coletiva (era a respeito de outro assunto, mas a pergunta foi inevitável. E ele não se furtou a responder.)
Mas a notícia continua a se multiplicar pela internet.
Junto com a notícia veio a especulação: "já é coisa de Serra, para anular as chances de Aécio?"
"É coisa de José Dirceu, temeroso de que o candidato seja Aécio?"
"É coisa dos dois, que continuam se dando muito bem?"
Não se sabe.
A única coisa que se sabe é que a patrulha de lama da campanha eleitoral de 2010 já entrou em campo.