terça-feira, 26 de maio de 2009

Aécio Neves defende nova política para o café


Governador foi homenageado pelo Conselho dos Exportadores de Café Verde,
um dos mais importantes eventos da cafeicultura brasileira


O governador Aécio Neves participou nesta segunda-feira (25/05), em São Paulo, da 3ª edição do Coffee & Dinner, um dos mais importantes eventos da cafeicultura. Promovido pelo Conselho dos Exportadores de Café Verde (Cecafé), o evento marca o início da safra 2009/2010. Durante o evento, o governador recebeu o prêmio “Empreendedores do Café”, conferido ao Estado de Minas Gerais, em reconhecimento à contribuição que o Estado tem dado ao negócio do café. Em seu pronunciamento, Aécio Neves falou sobre a importância do café na economia nacional, ressaltando a necessidade de recursos para investimentos na modernização e sustentabilidade da produção.
“O maior problema a ser enfrentado, que, aliás, é comum a todas as commodities, é a volatilidade do preço do café, que hoje é a segunda maior commoditie do mundo, só suplantada pelo petróleo. Parece estranho voltarmos, uma vez mais, a uma antiga pauta de reivindicações, que há tantos e tantos anos está colocada para os governos e as nossas lideranças. Um país que detém 35% do mercado mundial de café não pode ficar desguarnecido de uma política de comercialização mundial”, disse Aécio Neves.
O governador citou preço mínimo de garantia, crédito de custeio para o cultivo, crédito para a comercialização, instrumento de oferta em mercados futuros e seguro rural, entre as principais medidas que precisam ser adotadas pelo Governo Federal para proteger o café brasileiro.
“O princípio da Política de Garantia de Preço Mínimo deve garantir ao produtor uma remuneração que cubra pelo menos os custos de produção. E os dados atuais demonstram que os valores estipulados pelo Governo Federal não atendem sequer a esse patamar. O Governo Federal precisa praticar a política de garantia comprando o excedente da produção brasileira com preços compatíveis com a realidade da cafeicultura brasileira. Ou seja, o que reclamamos – e há muito tempo – é a formação de uma política agrícola moderna, eficaz, que esteja inclusive à altura do Brasil como grande produtor de alimentos para o mundo”, declarou Aécio Neves.
O governador lembrou que tem ido a Brasília, por várias vezes, acompanhado de líderes da cafeicultura, para negociar com o Governo Federal uma extensa pauta de reivindicações do setor.
“Na semana passada voltei ao ministro Guido Mantega para cobrar a concretização das sinalizações positivas e os compromissos firmados naquele encontro e até hoje não concretizados em plenitude. E mais uma vez aqui estamos aguardando a boa vontade de Brasília, em que pese o ministro ter reafirmado sua palavra quanto alguns avanços possíveis”, disse o governador.

Marketing internacional
Aécio Neves também destacou a importância de toda a cadeia do setor – produção, indústria e comércio – se envolver num amplo programa de marketing internacional.
“Precisamos compreender que os consumidores de todo o mundo exigem, e, com competência, posicionar o nosso produto. Sendo os maiores produtores mundiais, os maiores exportadores e o segundo mercado consumidor do mundo, é nosso dever e nossa responsabilidade exercer a liderança que nos cabe no mercado internacional. Para exercê-la em plenitude, é preciso também melhorar internamente a governança do café, por maiores que sejam os esforços do ministro Reinhold Stephanes, que os reconheço”, afirmou Aécio Neves, destacando o trabalho do ministro da Agricultura, presente ao evento, assim como o secretário de Estado de Agricultura de Minas Gerais, Gilman Viana.
O prêmio “Empreendedores do Café” é dado a 13 personalidades, nacionais e internacionais, que se destacaram na atividade cafeeira ou que contribuíram para o desenvolvimento do café do Brasil.
O tema do Coffee & Dinner, na edição deste ano, foi “Novos Desafios – Novos Cenários”. Foram discutidas as tendências da produção, do consumo e do mercado frente aos novos momentos do café, nesse ambiente de crise econômica e seus desdobramentos sobre o agronegócio café.

Mercado mineiro de café
Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. O Estado irá colher neste ano cerca de 19,2 milhões de sacas de café (60kg). O volume corresponde a 49% da produção brasileira. A safra de 2009 será 19% menor que a do ano passado por causa da bianualidade da cultura, que alterna um ano de safra alta e outro de safra baixa. O café é a principal atividade econômica de aproximadamente 400 municípios mineiros.
O café é o segundo produto da pauta de exportação de Minas Gerais, atrás apenas do minério de ferro. No ano passado, as exportações mineiras de café somaram US$ 3 bilhões. As vendas de café por Minas Gerais para o exterior, nos quatro primeiros meses deste ano, movimentaram US$ 1,3 bilhão.

Pauta de reivindicações
O governador Aécio Neves esteve reunido na semana passada (21/05), em Brasília, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar da crise da cafeicultura. No encontro, ficou acertado que o Governo Federal vai aceitar o pagamento de parte da dívida dos cafeicultores com a União, de cerca de R$ 1 bilhão, em sacas de café. Segundo o governador, o pagamento será de 5% da dívida, a cada ano, em um período de 20 anos.
Também ficou combinado que o anúncio oficial da realização dos leilões de opção de café será feito pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Aécio Neves pediu, ainda, que o governo assuma parte da dívida dos cafeicultores com o setor privado, estimada em R$ 3 bilhões, para que o pagamento também possa ser feito em café. Essa possibilidade ainda será avaliada pelo Governo Federal.

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