terça-feira, 19 de maio de 2009

Entrevista do governador Aécio Neves, do líder do PR na Câmara, Sandro Mabel e do presidente nacional do PR, Sérgio Tamer

Aécio Neves

Quero dizer em primeiro lugar da minha alegria de estar recebendo aqui hoje a direção e grande parte da bancada do Partido da República. O PR é um aliado desde o primeiro instante do primeiro momento do nosso governo em Minas Gerais, tem nos ajudado a construir esse novo modelo de gestão em Minas Gerais, e vem aqui de forma muito generosa com o seu presidente Sérgio (Tamer), seu líder, Sandro Mabel, seus deputados de vários estados brasileiros, o seu presidente local, o companheiro Clésio, enfim, um gesto de muita generosidade, de reconhecimento a Minas, de reconhecimento ao trabalho conjunto que nós estamos fazendo aqui, e acho que é mais próprio nesse instante, ouvir o presidente do partido, o líder da bancada na Câmara, que podem talvez com mais fidelidade falar da razão da visita.
Mas eu quero dizer que estou extremamente feliz com o gesto de generosidade do Partido da República de estar aqui conversando sobre o futuro. E na verdade, nos estimulando a uma caminhada.

Governador, o senhor podia antes falar com a gente, tem ou não tem acordo?
Na verdade, eu não sabia que eu estava gerando tantas preocupações em tantas pessoas, para uma invencionice dessa. Se há algum acordo, esqueceram de me avisar. Lamento até que o jornalista não tenha tido o cuidado de pelo menos buscar ouvir a outra parte.
Não existe absolutamente nada nessa direção, e vou além: acho que qualquer negociação ou qualquer construção de uma chapa de um só partido, qualquer que seja esse partido, ela não tem eficácia eleitoral e acho que ela tem uma grande dose de presunção. Acho que não faz bem ao PSDB. Não há hipótese de isso ocorrer. O PSDB, no momento em que definir o seu candidato, ele deve buscar aliados e construir com aliados a chapa e o programa de governo. Portanto, isso é uma invencionice; na verdade, uma grande piada.

De onde surgiu isso? É pressão dos tucanos paulistas, governador?
Não sei de quem, mas acho que é desinformação. Se alguém tem algum interesse de plantar isso, essa pessoa é que tem que responder. Eu recebo essa notícia como uma grande piada.

O senhor tem um encontro hoje com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso?
Tenho, ele está vindo fazer uma palestra aqui e vai pernoitar aqui, vai dormir aqui hoje.


Sandro Mabel

Essa visita nossa ao governador Aécio Neves é que no Partido da República, que nós também chamados de PR, “partido de resultados”, nós entendemos que o Brasil não pode ficar numa disputa democrática como vai se ter na Presidência da República, privado de se votar num líder que nem o Aécio, que nós entendemos ser uma pessoa que fez uma gestão importante no Estado.
O nosso presidente em Minas, o Clésio Andrade, foi vice-governador na sua primeira gestão, o ajudou, e a bancada mineira tem sempre comentado o trabalho que é feito em Minas. Nós também conhecemos isso olhando pela imprensa e conhecemos um pouco mais profundamente pelos relatos que a bancada faz. Por isso, o Partido da República, através dos 23 deputados que vieram aqui hoje, da nossa bancada, nosso senador, nosso presidente do partido, e nosso presidente aqui de Minas, nós entendemos que o Aécio, em algum momento, se ele achar importante disputar uma eleição, e achar que no PSDB não existe espaço para isso, nós achamos que a democracia precisa construir esse espaço, e o PR vem exatamente convidá-lo ou deixar as portas abertas, se ele quiser exercer essa democracia, dando oportunidade de os brasileiros conhecê-lo, e também votar nele, o nosso partido está à disposição para que ele possa amanhã vir a ser candidato ou disputar uma eleição pelo nosso partido. Logicamente é uma visão, que eu volto a dizer, de um partido que tem a visão de desenvolvimento, e que é a marca do Aécio também. É um partido que tem uma visão progressista e por isso também a marca do Aécio.
Então nós temos aí essa conjugação, e a bancada mineira dentro do nosso partido tem um peso muito grande. Então, meu governador, tenha a certeza de que o Partido da República está com as portas abertas, à disposição da democracia, para o Brasil poder conhecê-lo melhor e quem sabe o senhor ser o nosso presidente da República.

Então não vai ser por falta de partido que ele não vai ser candidato?
Eu acredito que não, até porque eu penso que não é só o PR que gostaria de tê-lo como candidato. Mas o PR é um partido que também está se colocando a essa disposição, por essa identidade que nós temos de trabalho.


Sérgio Tamer – Presidente nacional do PR

Sobre a reunião.
Estamos aqui com o governador Aécio Neves para dizer que a agenda nacional que ele está construindo é um fato nacional muito positivo na política brasileira e estamos nos integrando a esta agenda, em função da pontuação dos assuntos que estão sendo colocados e que estamos juntos nesta caminhada na construção dessa agenda nacional.

Quais são os pontos principais dessa agenda que o PR quer construir?
Nós entendemos que a modernização social do Brasil é muito importante neste momento e estamos então fazendo essa caminhada em direção ao futuro para que a modernização social do Brasil seja num futuro próximo uma realidade.

Isso significa que entre Aécio e Serra, o PR fica com o Aécio?
Isso significa que estamos construindo essa agenda, nos colocando à disposição do governador Aécio na construção dessa agenda nacional e dizer que esta caminhada é muito importante para a política brasileira.


Aécio Neves

O senhor pode mudar de partido?
Como eu disse inicialmente, é um gesto de muita generosidade, que eu recebo com minha alegria. Tenho muitos amigos no Partido da República, companheiros no Congresso Nacional e acho que é talvez o resultado de uma trajetória, uma trajetória que não se iniciou agora, e vejo muita convergência de pontos de vistas, falamos da refundação da federação, de políticas de desenvolvimento regional, um passo além dos programas de transferência renda. São ideias que percebemos aqui que são também do Partido da República.
É muito mais fácil você construir um projeto com pessoas que pensam as mesmas coisas e que têm as mesmas prioridades. Obviamente, tenho que estar avaliando todas essas colocações, mas é um estímulo muito grande. O que eu posso dizer é que essa visita muito representativa, com mais de vinte parlamentares de vários estados brasileiros, é um grande estímulo.
Continuarei fazendo o que tenho feito, discutindo projetos para o país e vou deixar as invencionices, as plantações para os outros. Eu vou continuar trabalhando como tenho feito até aqui e, no momento certo, vamos tomar a decisão.

O senhor entregou o PPAG para a Assembleia Legislativa com uma projeção de crescimento para o ano que vem de 3,5%. Com o que vocês estão trabalhando?
Tenho expectativa de que vamos, já a partir do segundo semestre, portanto do terceiro trimestre deste ano, iniciar uma recuperação no crescimento. Neste ano, talvez o crescimento não exista, em razão do decréscimo que tivemos na atividade econômica no primeiro trimestre principalmente, mas também impactando no segundo. É uma expectativa que estamos fazendo, com base na retomada de encomendas em determinados setores da economia, como a siderurgia, por exemplo, como o setor automotivo e há claro um pouco de expectativa de recuperação de outros setores. Acho que é um dado razoável e analistas do próprio Banco Central trabalham mais ou menos na mesma direção.

O governo tem um balanço dessa retomada?
Acompanhamos a recuperação da arrecadação quase que diariamente. Tivemos um primeiro trimestre muito ruim, mas já no mês de abril há uma pequena retomada. Estamos voltando a arrecadar próximo ao que arrecadávamos no passado. A nossa expectativa é que em maio e junho já superemos nominalmente aquilo que foi arrecadado no mês passado. Claro que aí tem um pouco de torcida também, mas já há alguns indicativos nesta direção, o setor de combustíveis voltou a crescer um pouco, tinha caído muito, bebida voltou a crescer um pouco. Espero que no segundo semestre possamos ter um crescimento que compense, pelo menos, parte dessas perdas que tivemos no primeiro trimestre que foram muito expressivas, cerca de R$ 750 milhões.

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