segunda-feira, 18 de maio de 2009

Aécio Neves saúda o povo e pede passagem


Homenageado em almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, o governador Aécio Neves mostrou que está pronto e afiadinho para o voo mais alto de sua carreira: a candidatura à presidência da República.
Mineiro dos mais cariocas que existem, Aécio gosta da cidade e de seu povo. E é retribuído. É daqueles políticos que vai ao Sambódromo no carnaval (dos mais duros testes de popularidade no Rio) e é aplaudido.
Depois de dois mandatos à frente do governo de Minas Gerais, ambos com índices estratosféricos de popularidade, o governador mostrou-se um político maduro, com projetos e visão de futuro para o país.
As propostas de Aécio, explicitadas no discurso de hoje, jogam a discussão política para um patamar qualitativamente superior ao mantido até então.
Supera a conversa "Lula ou anti-Lula" ou mesmo "pós-Lula". Supera também o debate rasteiro do "eu roubei, mas você roubou mais" ou ainda o "toma-lá-dá-cá" de cargos, emendas parlamentares, farra de passagens e cartões corporativos.
Aécio fez discurso de gente grande. Profissão de fé no potencial do país.
Resumidamente, baseou suas propostas em cinco grandes linhas:
1. propostas arrojadas para o meio ambiente, com adoção de energias alternativas, trato da água e um esforço pelo desenvolvimento sustentado;
2. defesa corajosa da federação, da descentralização administrativa, de receitas, de direitos e de atribuições. Necessidade de maior parceria e partilha com estados e municípios. Propõe forte desconcentração de poderes e de receitas, que hoje se concentram na União, para serem destinadas a estados e municípios;
3. fortalecimento das políticas e programas sociais, que vêm avançando desde o primeiro mandato de Fernando Henrique, com o Bolsa-Escola, o vale-gás, o Saúde da Família, o Comunidade Solidária e a consolidação no Bolsa-Família. Segundo Aécio, são caminhos sem volta. A necessidade de distribuir melhor a renda assim o exige.
4. gestão eficiente e ética da máquina pública, superando o dilema entre Estado Mínimo e Estado Máximo. O importante, segundo o governador, é o Estado eficiente, que seja competentemente gerido e que sirva ao cidadão;
5. importância das reformas para que o país possa avançar: previdenciária e tributária, que não terminaram, além da trabalhista e da reforma política, que sequer foram discutidas.
Aplaudidíssimo, carismático, simpático como o quê, o governador não se escondeu atrás das glórias passadas de Minas Gerais. Muito ao contrário, fez de Minas um patamar a partir do qual lançou seus olhos para o futuro do Brasil.
Gostem ou não seus opositores, fora e dentro do PSDB, Aécio Neves veio com tudo.
O governador não está de brincadeira. Fez discurso de candidato a presidente da República.
Vai dar trabalho.


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